quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Clubes investem em canais no Youtube e estádios interativos

Lucas Paes* - aplicativo - Do Portal
25/11/2015
Foto: Thayana Pelluso
 Foto: Thayana Pelluso
As tecnologias digitais comandam, entre outras mudanças significativas, novas formas de relacionamento entre clubes e torcedores, ou fãs, como prefere chamar a turma do marketing. O banho de bola do Barcelona sobre o Real Madrid (4 a 0), sábado passado, na capital madrilenha, foi um dos assuntos mais comentados do Twitter no mundo. No Facebook, os gigantes espanhois somam 175 milhões de seguidores. Boa parte deles sustenta os faturamentos anunais acima de meio bilhão de euros. Juntos, os canais de Barça e Real no Youtube contabilizam, em oito anos, cerca de 500 milhões de visualização. "Tudo o que fazemos no Facebook e no Twitter gera muito valor e patrocínio em nível global. O torcedor vive o futebol não só pela TV ou no estádio, e não só quando há partidas. Pelo celular, ele vê jogos novos e antigos. Também se atualiza e mergulha  no dia a dia dos jogadores.Fica sabendo, por exemplo, como treina o Neymar", destaca o diretor comercial do Barcelona, Laurent Colette, em entrevista ao programa O Negócio é Esporte.
Reforço à mina de ouro criada pelas principais grifes do futebol mundial, como Barcelona, Real, Manchester United e Bayern de Munique, o investimento em plataformas digitais, inclusie em canais próprios no YouTube, ensaia ser adotada de forma mais efetiva pelos congêneros do Rio. Às voltas com uma das piores temporadas no cenário nacional, executivos dos principais clubes cariocas e de mídia se articulam para converter as novas tecnologia em adubos de relacionamento com o torcedor. Assim enfatizaram participantes do I Seminário de Marketing Esportivo da PUC-Rio. No encontro organizado pelo professor de Mídias Globais Luiz Leo, especialistas discutiram os desafios e rumos do mercado esportivo.
Um dos emblemas dessa arrancada digital nos clubes é o reposicionamento das páginas eletrônicas. Deixam de reunir informações puramente institucionais e reproduções de conteúdos da mídia tradicional para assumir, como preconiza o diretor do Barcelona, um protagonismo na geração de áudios, textos e vídeos exclusivos. Consequentemente, tendem a concentrar mais ações publicitárias.
Foto:Thayana Pelluso
Foto:Thayana Pelluso
Segundo o responsável pela Comunicação Digital do Flamengo, Tiago Cordeiro, a mudança revela a intenção de se aproximar dos fãs, envolvê-lo nas histórias do clube. Intenção que ganha corpo nas redes sociais, para as quais se direcionam informações e anúncios alinhadas aos perfis dos torcedores. 
O redimensionamento da conexão entre o mercado esportivo e a mídia se reflete nas verbas e estratégias ascendentes destinadas à comunicação, sobretudo às plataformas digitais. Neste cenário, observa Cordeiro, emergem oportunidades para publicitários, RPs e jornalistas decorrentes das exigências de profissionalização:
– Na equipe, cada um faz um pouco de tudo. O pessoal da TV Fla até fica focado num canal específico, mas os demais produzem conteúdo tanto para site quanto para as redes sociais. E isso não é exclusividade do Flamengo. Assim é feito hoje na maioria dos clubes e nos veículos de informações esportivas – observa Cordeiro.
Outro símbolo da investida crescente em relacionamentos de consumo potencializados pela tecnologia digital é a concepção avançada de estádio – ou arenas, numa referência ao caráter multiuso da nova safra de espaços do gênero. Não devem mais limitar-se a sediar jogos, e sim acolher e ancorar várias opções de entretenimento. Deste cardápio diverso, ainda retórico na maioria dos estádios brasileiros, fazem parte ingredientes voltados a singularizar a experiência do torcedor. Desde visitas embaladas por recursos de realidade ampliada, como as que levam 9 milhões de turistas por ano ao estádio do Barcelona, até formas de comunicação interativa com o público. Há muito adotada por franquias das ligas esportivas dos Estados Unidos, a interatividade entre telões e espectadores, por exemplo, se torna obrigatória também no futebol. Vídeos promocionais, comerciais, músicas e entrevistas são apresentados antes, no meio e depois das partidas. Sustentam a animadação mesmo enquanto a bola não rola.
Foto:Thayana Pelluso
Foto:Thayana Pelluso
A intenção das empresas que gerenciam o entretenimento nos estádios é criar uma cultura. Nos EUA, os jogos de basquete têm os telões como um fenômeno à parte. Os torcedores chegam mais cedo e ficam esperando o que aparecerá. Aqui no Brasil, ainda não temos esse tipo de comportamento,  mas é questão de tempo. Conteúdos novos já estão sendo introduzidos, inclusive notícias – adianta o especialista em entretenimento nos estádios Diogo Obadia, da empresa SP2 Brasil, responsável pela geração de conteúdos para telões como o da Arena da Baixada.
O crescimento exponencial do consumo de informações e entretenimento em plataformas móveis dinamiza os esforços de comunicação de integrantes do mercado esportivo concentrados nos smartphones e tablets. Por meio de aplicativos específicos para cada plataforma eletrônicas, clubes, atletas e outras instituições do setor procuram desenvolver conteúdos exclusivos. Mais que isso, procuram transformá-los em ímãs para engajar o torcedor naquela produção, ou numa determinada causa, e assim torná-lo fã daquela marca.
Estimulados pela possibilidade, e pela necessidade, de gerarem os próprios conteúdos e expandirem a visibiliadde em plataformas midiáticas, esportes menos populares seguem caminho semelhante. O Comitê Paralímpico Brasileiro, por exemplo, criou uma página para divulgar as competições e explicar didaticamente as respectivas regras e a trajetória das modalidades no Brasil.
Foto:Thayana Pelluso  
Foto:Thayana Pelluso  
A lógica é aplicada por atletas e outros profissionais envolvidos com a cadeia esportiva. Caso do especialista em marketing paralímpico Victor Lee. Ele criou um site para destacar as proezas dos atletas. O Paratleta também aponta os esportes mais indicados a cada tipo de necessidade especial. Apesar do reconhecimento, Lee diz que enfrenta ainda uma séreie de obstáculos:  
– A tentativa de promover uma parcela do mercado esportivo menos conhecida esbarra em muitas dificuldades. Uma das mais sérias envolve justamente a geração de conteúdo. É muito complicado encontrar informações sobre competições e atletas paralímpicos. Não há interesse da mídia mais tradicional nos eventos e os admiradores não têm acesso ao que acontece.
Ainda assim, o mercado esportivo acelera com o inexorável combustível das tecnologias digitais. Representam não só novas maneiras de relacionamento com consumidores, mas novas exigências profissionais. Este potencial será plenamente explorado, pondera o professor de Mídias Digitais da PUC-Rio Luiz Leo, quando o setor estiver profissionalizado: 
– A associação dos esportes com as novas tecnologias é inevitável, e a tendência é de ampliação. O panorama será melhor quando as empresas esportivas conseguirem se adiantar aos avanços da tecnologia, adotando uma posição de vanguarda – projeta.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Especialistas discutem os rumos do marketing esportivo

Carolina Ernst* - aplicativo - Do Portal
17/11/2015
Profissionais, acadêmicos e executivos associados à gestão do esporte se reúnem, terça e quinta, na PUC-Rio, para discutir alguns dos principais temas do setor. A I Semana de Marketing Esportivo da PUC-Rio, organizada pelo professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Luiz Léo, vai abordar desde as novas oportunidades na área, e as qualificações para aproveitá-las, até os rumos da cobertura de mídia e os deveres de casa dos clubes cariocas para ampliar as receitas de marketing.

Com sessões às 9h e às 15h, as mesas ganham o o bucólico Anfiteatro Junito Brandão com assuntos escolhidos por alunos da disciplina de Marketing Esportivo, ministrada por Luiz Léo. “Pretendemos levar, à comunidade PUC e aos alunos interessados na área algumas discussões importantes sobre os desafios do mercado esportivo para a comunicação”, sintetiza o professor. O encontro organizado pelo Departamento de Comunicação Social, com o apoio da Atlética de Comunicação Social, Artes & Design da PUC-Rio e do DCE Raul Amaro, acolhe quatro mesas-redondas. Hoje, na sessão de abertura, mediada pelo próprio Léo, profissionais do setor e ex-atletas discutem caminhos emergentes do mercado. Participam do debate o especialista em esportes paralímpicos Victor Lee; o especialistas em arenas esportivas, Diogo Obadia; o produtor de Fórmula 1 da TV Glovo Rafael Lopes; e o executivo do Flamengo Tiago. Rafael e Tiago são formados em Jornalismo pela PUC-Rio. 
Ainda hoje, na sessão das 15h, a mesa Mídias Digitais no Marketing Esportivo reúne o executivo da Nike Vinicius Vizu; os executivo da Fox Sports Felipe Boclin da Fox Sports, do Esporte Interativo, Felipe Tebet e do Canal Premiere, Renato Fernandes do Canal Premiere. A mediação é do professor o Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio Marcos Barbato.
Já na quinta feira (19), às 9h, o tema será a "realidade do futebol carioca". Com a mediação do jornalista e também professor da PUC-Rio Alexandre Carauta, apresentador do talk-show O Negócio é Esporte, os executivos de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo vão debater os caminhos - se possível, atalhos - para diversificar e ampliar as receitas de marketing.
Às 15h, na sessão de encerramento da I Semana de Marketing Esportivo da PUC-Rio, representantes de marketing esportivo das atléticas de Comunicação e Artes da PUC-Rio, UFF, ESPM e da Uerj vão discutir temas e experiências relacionados aos marketing esportivo universitário. O coordenador do Departamento de Educação Física da PUC-Rio Renato Callado será o mediador.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Perfil PUC-Rio




http://assessoria.vrc.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=31063&sid=210

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Palestra com Gláucia Marques

28/10/2015

http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/Videoteca/Ciencias-Sociais/Comunicacao/Palestra-com-Glaucia-Marques-26880.html#.VnKRGbYrIdU


O Departamento de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro organizou, no dia 21 de outubro, no auditório K102, uma palestra sobre Marketing Esportivo.
A palestra, apresentada pelo professor Luiz Leo, foi ministrada pela integrante da equipe de Branding do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 Gláucia Marques. Formada em jornalismo e publicidade pela PUC-Rio, Gláucia falou sobre suas experiências no segmento esportivo, onde atua desde 2000.     
Gravado em 21 de outubro de 2015
Créditos: Mesa de corte: Nicole Veríssimo; Mesa de áudio: Erich Lizaki; Câmeras: Rodrigo Cohen, Juliana Coutinho e Grazielly Eckert; Edição: Alberto Aguinaga, Arthur Marques, Laís Reis e Jéssica Constantino; Produção: Gustavo Tavares e Luisa Studart.

sábado, 19 de setembro de 2015

Coluna Lu Lacerda

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Um tucano pousou em um ar condicionado, durante a aula, na PUC-Rio / Foto: (via Facebook) Anna Paula Chagas
PUC-Rio, na Gávea, recebeu uma visita linda e colorida, na manhã desta segunda-feira (14/09). Os alunos da turma de Mídias Globais, do curso de Comunicação Social, estavam concentrados em uma discussão sobre política sugerida pelo professor Luiz Léo, quando um dos estudantes chamou atenção da turma para a janela: do lado de fora, um tucano havia acabado de pousar.
Uma foto da ave postada no Facebook  rendeu muitos comentários. Uns lembraram o fato de não ser a primeira vez que aparecem tucanos nas árvores do campus; outros brincaram com a história do animal ter aparecido no momento de uma discussão política, como uma forma de manifestação.
Uma das maiores áreas verdes do bairro fica dentro do espaço da PUC – talvez seja esse o motivo desses animais se concentrarem por lá. (Por: Bia Oliveira)
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Enviado por: Redação

http://lulacerda.ig.com.br/gavea-tucano-pousa-em-ar-condicionado-na-puc-rio/

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Universíade 2015: de novo, Brasil ?


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Publicado em: tanojogo.com/colunistas


O Brasil encerrou sua participação nos XXVIII jogos mundiais universitários de verão, realizados em Gwangju, na Coréia do Sul, de 3 a 14 de julho, em um modesto 23° lugar, com apenas 8 medalhas -dois ouros, duas pratas e quatro bronzes.

Só não é o pior resultado do Brasil, por conta da fatídica participação na edição XVIII dos jogos, realizada em Buffalo, EUA, em junho de 1993, quando a delegação brasileira retornou com uma única medalha de prata, terminando em 31°.

Com exceção da III edição dos jogos de verão, de 1963, realizados em Porto Alegre, na única vez que o Brasil foi anfitrião das disputas (8° colocado, com dois ouros e nove bronzes), jamais conseguimos ficar entre os dez primeiros.

A trajetória histórica das delegações brasileiras formadas por atletas-universitários nos jogos mundiais é marcada por uma impressionante fragilidade. Das 28 edições dos jogos, o Brasil não compareceu a 5: Turim, 1959; Sofia, 1961; Budapeste, 1965, Turim, 1970 e Roma, 1975. Em todas as demais, figurou no pelotão intermediário de nações, entre as 20 ou 30 primeiras.

As explicações para este quadro são variadas, mas quase sempre decorrentes da falta de uma política esportiva adequada, que permitisse o país almejar maiores conquistas. Nem a mudança de cenário, nos anos 2000, que vinculou a Confederação Brasileira do Desporto Universitário ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e trouxe mais incentivos à área, pelo Ministério do Esporte, fez efeito.

Em Pequim (2001), o Brasil terminou em 14° (dois ouros, três pratas e dois bronzes); em Daegu (Coréia do Sul, 2003), 22° (um ouro, duas pratas, oito bronzes); Esmirna (Turquia, 2005), 13° (quatro ouros, duas pratas, nove bronzes); em Bangkok (Tailândia, 2007), 29° (um ouro, três pratas, seis bronzes); em Belgrado (Sérvia, 2009), 25° (dois ouros, duas pratas, dois bronzes); em Shenzen (China, 2011), 23° (dois ouros, quatro pratas, 12 bronzes); e, em Kazan (Rússia, 2013), 17° (quatro ouros, três pratas, quatro bronzes).

Da edição de 2015 participaram 203 alunos-atletas brasileiros (entre quase 12 mil universitários de outros países). Eles tomaram parte em 19 das 21 modalidades disputadas (futebol, voleibol, ginástica artística, ginástica rítmica, natação, judô, tênis, tênis de mesa, esgrima, pólo aquático, saltos ornamentais, atletismo, basquete, arco e flecha, badminton, baseball, golfe, remo, tiro ao alvo, taekwondo e handebol). Nem 5% obtiveram algum êxito...

Claro que existem explicações: principalmente, a coincidência da disputa com os jogos Panamericanos de Toronto, realizados no mesmo período, o que desfalcou a delegação brasileira universitária de alguns de seus destaques. Porém, a baixa performance do Brasil no segundo maior evento poliesportivo do mundo está em descompasso com o projeto do Estado, de transformação do pais em potência esportiva.

Enquanto no Pan o Brasil levou sua maior delegação (509 atletas), obtendo 141 medalhas (41 ouros, 40 pratas e 60 bronzes) e terminando na terceira colocação (atrás de EUA e Canadá, a frente de Cuba), na Universíade, fracassamos. Os R$ 10 milhões investidos pelo COB na missão brasileira no Pan explicam em grande parte o sucesso de uma empreitada, construída com raro primor estratégico.


Mas, os investimentos não podem ficar concentrados apenas no topo. Afinal, se não há mudanças na base (isto é, na massa de praticantes de esporte brasileiros, sobretudo entre os jovens que freqüentam o ambiente escolar), a sustentação do alto rendimento, entre a elite, mais cedo ou mais tarde estará fadada ao fracasso.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

O dilema do esporte universitário brasileiro


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Publicado em: tanojogo.com/colunistas


As vésperas de sediar a primeira edição dos Jogos Olímpicos na América do Sul, o Brasil continua a dever ao esporte universitário nacional. Berço de inovações, revelação e aperfeiçoamento de jovens talentos, o esporte cambaleia em muitas universidades do país.

O quadro não é novo: as disputas entre universitários remonta a transição dos séculos XIX e XX, por iniciativa dos próprios estudantes, que se reuniam para praticar as modalidades. Em um primeiro momento, dentro das próprias instituições de ensino e depois, entre as mesmas.
O caráter institucional só veio em 1941, com o decreto-lei 3617, que instituiu a CBDU (Confederação Brasileira do Desporto Universitário) e criou as Associações Atléticas Acadêmicas, ligadas aos Centros Acadêmicos –estabelecendo, ainda, que as instituições de ensino dispusessem de espaços e equipamentos esportivos para as práticas.

É também por força deste mesmo diploma legal que os JUB´s (Jogos Universitários Brasileiros) passam a ser promovidos. A competição atravessou as décadas experimentando fortes oscilações, em que os cancelamentos e as desistências eram frequentes. Mesmo com a realização da Universíada de 1963, em Porto Alegre –a maior competição internacional para universitários, organizada pela Federação Internacional do Desporto Universitário (FISU)- os problemas foram sempre crescentes para o esporte universitário brasileiro.

As divisões internas na CBDU, combinada a omissão das esferas públicas em conduzir o desenvolvimento do esporte universitário no Brasil (delegando aos universitários a missão de levar adiante as disputas esportivas nas IES) levou a uma estagnação do modelo. Nem as mudanças nas leis (6.215/75, 8.672/93 “Lei Zico” e 9.615/98 “Lei Pelé”), que conferiram mais autonomia e liberdade de organização, contribuíram para mudanças na estrutura.

Os anos 90 foram marcados pelo uso do esporte como ferramenta promocional, por parte de algumas universidades, que patrocinavam alunos-atletas e equipes formadas por atletas (sem necessariamente possuírem vínculo com as instituições de ensino), apenas para obterem visibilidade no mercado, hipoteticamente, atraindo mais alunos para seus quadros. O modelo não teve a acolhida necessária, porque a conjuntura externa lhe era desfavorável.

Na entrada de 2000, com a criação do inédito ministério do Esporte -e uma pasta dedicada ao esporte universitário-, o paradigma do esporte universitário brasileiro começou a ser repensado. A estratégia do governo foi de intervenção nas entidades nacionais e estaduais, com o fim de reorganizar o esporte universitário. A vinculação da CBDU ao COB permitiu ao poder federal estabelecer um modelo de financiamento público (com verbas oriundas da Lei Agnelo/Piva) sem impedir a captação de receitas da iniciativa privada.

Integrado ao novo modelo de gestão do esporte brasileiro (baseado no tripé: rendimento, educação e lazer), o Ministério do Esporte passou também a supervisionar permanentemente a execução do projeto de organização dos Jogos Universitários, bem como estimular a participação das instituições de ensino superior públicas e privadas.

Mas, o que poderia significar avanço, também se constitui em novo desafio: embora crescente, a participação dos estudantes de ensino superior nas disputas organizadas (em torno de 4000 participantes, entre comitê organizador, dirigentes, membros da comissão técnica e esportistas estiveram presentes na última edição, de 2014, realizada em Aracajú), não se traduz em massificação da prática esportiva, no contexto das próprias IES. Muitas delas, com equipamentos sucateados, deficiência na infraestrutura técnica e quadros inadequados, pouco contribuem para a difusão do hábito do esporte, entre os estudantes do ensino superior.

Na contramão das principais potencias esportivas do planeta, as diretrizes do esporte universitário brasileiro priorizam o topo da pirâmide, sem dar a devida atenção à base. Naturalmente, o processo de transformação é longo e os progressos exigem continuidade. A dúvida é saber se as constantes incertezas que cercam a política do esporte brasileiro interferirão nas poucas conquistas alcançadas. A julgar pelo recente fiasco da cidade de Brasília, que, depois de confirmada como sede, renunciou à candidatura para sediar a 30ª Universíada de Verão, em 2019, o futuro é de preocupações...