quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Entrevista Portal da PUC - 17/11/2010








Megaeventos esportivos serão desafios do governo Dilma
Isabela Campos e Mariano Carneiro - Do Portal
17/11/2010





O governo da presidente Dilma Rousseff terá que dar atenção redobrada ao esporte. Durante o governo Lula,
o Brasil conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Combinações como
esta só aconteceram, até agora, em outros dois países: o México sediou as Olimpíadas em 1968 e a Copa em
1970, e os Estados Unidos tiveram a Copa em 1994 e as Olimpíadas em 1996.

A força midiática desses torneios, no entanto, nunca teve tanto impacto. Hoje, o retorno comercial e estrutural é
muito grande, o que aumenta as responsabilidades do país realizador. Como o Brasil está em um período de forte
desenvolvimento econômico, o grande desafio do novo governo será a criação de oportunidades para que o
esporte brasileiro seja beneficiado por todas essas circunstâncias.

Caso não seja reeleita, Dilma não será a responsável direta pelas Olimpíadas de 2016, mas é imprescindível
que as preparações comecem desde já. Para Luiz Léo, professor do Departamento de Comunicação Social da
PUC-Rio e agente de jogadores de futebol, a importância de eventos como esses deve ser supra-partidária,
pois trata-se do interesse  de todos para o crescimento nacional.

– Esses eventos independem de que modelo partidário se compartilha.  Eles são do Estado e da sociedade
brasileira e é claro que todos vão querer fazer da melhor forma para promover o país. É fundamental saber
que foi feito um grande esforço para que esses acontecimentos pudessem ser sediados pelo nosso país,
e esta é uma forma de investir no esporte e na nação. O uso da verba para o esporte deve ser gerenciado
com competência e fiscalizado. O grande desafio do governo será aproveitar esse momento e conduzir o
Brasil a obter resultados maiores e melhores – afirmou Luiz Leo.

Para o professor, só o fato de estar mais perto das competições aguça a curiosidade e o interesse do povo por
modalidades diferentes, podendo surgir, assim, novos atletas e profissionais. A proximidade dos campeonatos vai
difundir o esporte no Brasil e ajudar a criar estruturas, tanto físicas quanto de treinamento para gerações futuras,
além de acelerar o processo de formação de atletas.

– O necessário para a formação e a captação de atletas já está sendo feito. Acredito que seja preciso estimular
a prática de esportes e, assim, vão surgindo atletas mais capacitados e bem preparados – opinou o professor.

O Brasil enfrentará desafios estruturais para a realização da Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. A criação
de arenas, as reformas nos estádios de futebol, a reorganização do transporte público, a preservação do meio
ambiente e o controle da violência nas cidades, principalmente no Rio de Janeiro, são os pontos mais importantes
nessa área. Somente para realizar as Olimpíadas, estima-se que os governos e a iniciativa privada tenham que
investir cerca de R$ 5 bilhões apenas em transporte público. A conta incluirá, também, a despoluição do complexo
lagunar da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, que, como nos Jogos Pan-Americanos, acolherá as competições.

Projetos de base para alavancar resultados no futuro

A jogadora de pólo aquático do Flamengo e da seleção brasileira
Carolina Mello, de 22 anos, afirma que houve mudanças com a
criação de novas leis de incentivo junto ao Bolsa-Atleta – programa
criado no governo FHC que visa auxiliar o custo de treinamento –,
mas que ainda não é o suficiente para um desenvolvimento ideal.

– Acho que, durante o governo Lula, já houve uma melhora na
questão dos incentivos aos atletas que fazem parte das seleções
das modalidades olímpicas, mas infelizmente os recursos ainda
não são suficientes em alguns casos. No pólo aquático, por exemplo,
muitos clubes têm dificuldade de manter suas equipes por longos
períodos. Deve-se pensar numa forma desse apoio chegar a
 mais atletas, alé dos já beneficiados – disse Carolina.

Carolina ainda reconhece a preocupação dos clubes em como usar o dinheiro para aprimorar os treinamentos.
É evidente a necessidade de um projeto que melhore a renda dos atletas em formação e crie alternativas
para que mais pessoas tenham esse auxílio e possam competir com os esportistas de outros países.

– O que temos hoje já é melhor do que nada. Com a mudança na lei, a partir do ano que vem, a verba que
recebemos para usar nos treinamentos e na preparação vai aumentar – concluiu a esportista.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Entrevista Portal da PUC - 28/06/2010



Seleção é imune à disputa entre Dunga e a imprensa
Bruno Alfano e Evandro Lima Rodrigues - Do Portal
28/06/2010

Photocamera
Reconhecido pela eficiência no desarme quando ajudou o Brasil a ganhar o tetra, em 1994, Dunga virou sinônimo de ataque. Dos habituais confrontos com a imprensa aos xingamentos à beira do campo que quase lhe renderam uma suspensão nesta Copa, o técnico acumula discussões no currículo dourado pela classificação confortável ao Mundial da África do Sul. O pragmatismo dos resultados asseguram-lhe imunidade. Ou será o comportamento do treinador uma ameaça à imagem e ao lucro da seleção brasileira? Para Luiz Léo, professor da PUC-Rio especialista em marketing esportivo, os negócios da seleção estão vacinados:
– Em poucos segmentos de negócios o Brasil comporta um empreendimento de tanto sucesso. Além dos dez parceiros comerciais que a CBF ostenta atualmente, remunerando seu principal produto (seleção brasileira), há uma fila de interessados, aguardando a oportunidade de entrar para este seleto "clube".
No marketing, as empresas procuram associar a sua imagem a valores simbolizados pelo "garoto-propaganda". Em um evento como da Copa do Mundo, porém, os contratados para os anúncios são escolhidos menos pela imagem que representam do que por sua visibilidade. Exatamente por isso, a bola da vez, segundo Luiz Léo, é o técnico Dunga. Já ao fim da Copa os anúncios protagonizados pelo técnico tendem a mingua – mesmo em caso de título:
– Não há dúvidas de que Dunga irá perder receitas de publicidade após a Copa, mas não por sua imagem propriamente dita, e sim pela própria sazonalidade do evento. Não acredito que ele [Dunga] faça um antimarketing. Agressividade também pode ser um dos valores explorados pelas marcas – argumenta Léo.
O antropólogo e professor da PUC-Rio Everardo Rocha, especialista em consumo, acredita que a "postura" do técnico pode levar à retranca do mercado publicitário:
– O Dunga fecha mercado para ele próprio. Ser mais generoso e polido poderia abri-lo.

Mauro Pimentel
 Mauro Pimentel
Para Everardo (foto), a falta de polidez nas declarações do comandante prejudica a imagem da seleção fora do país, mas é insuficente para atrapalhar a torcida pelo time. Vitória do pragmatismo.
– No plano internacional, a imagem do Brasil pode ficar manchada. Dentro do Brasil, eu acho muito difícil matar o amor dos brasileiros pelo time. Isso está fora de cogitação. O resultado é o negócio que mais pesa. Na medida em que os resultados forem positivos, os problemas tornam-se irrelevantes – avalia Everardo.
Para o professor de comportamento do consumidor Eduardo Ayrosa, da Fundação Getúlio Vargas, a imprensa tem sua cota na atitude agressiva do técnico:
– Para algumas pessoas, os jornalistas incomodam mesmo e a imprensa está agindo assim porque está sendo atacada. Se, por acaso, o Brasil continuar ganhando, o que vai se dizer?
Duelo com a imprensa
O desentendimento entre a imprensa e Dunga não é novidade. O desempenho da Copa de 90 – vencida pela Alemanha, na Itália – foi o pior desde 1966. Eliminada nas oitavas de finais, pela rival Argentina (1 a 0), o time comandado por Sebastião Lazaroni  e do qual Dunga era capitão foi criticado pelo futebol defensivo. A derrota marcou a geração apelidada pela imprensa de "era Dunga".
Quatro anos depois, sob os cuidados de Carlos Alberto Parreira, o Brasil escolhia de novo uma formação que privilegiava o jogo destrutivo para enfrentar os adversários. Entretanto, os gols da dupla Romário e Bebeto – e os poucos sofridos pela sólida defesa, três em todo o Mundial – levaram a equipe canarinho ao tetracampeonato e o capitão Dunga, à redenção.

Photocamera
 Photocamera
Em 1998, na França, Dunga despediu-se da selelção – como jogador. Ainda como capitão, exercia a liderança a qualquer custo: no segundo jogo da primeira fase, contra o Marrocos (3 a 0 para o Brasil), o capitão deu uma cabeçada em Bebeto após breve discussão. A dupla fez as pazes ao longo da partida e o episódio foi diluído pelas vitórias.
Everardo Rocha acredita que a forma como a imprensa tratou o então jogador desde o seu primeiro Mundial ainda o incomoda:
– Ele [Dunga] se sente muito perseguido desde sempre. Quando jogador, não foi bem tratado, bem acolhido, desde a era Dunga, sinônimo de futebol feio. Então ele reage enfaticamente, de uma maneira desnecessária – grosseira até. Isso vem de uma mistura de fatores: personalidade, posição que ocupa, pressão, medos.
O psicólogo Raphael Zaremba, professor de psicologia do esporte da PUC-Rio, também acredita que a razão das atitudes do técnico com a imprensa pode ser encontrada na história da vida dele. Ressalva que "essa postura serve para preservar o grupo":
– Dunga parece ter uma grande preocupação em defender e preservar o seu trabalho e o grupo que ele comanda, mas, para isto, acaba adotando uma postura considerada "agressiva" por muitos.
A pressão do cargo também é apontada pelo especialista como responsável pelo duelo com os jornalistas:
– Podemos tanto tentar encontrar respostas na história de vida dele quanto na pressão que qualquer pessoa que ocupa o lugar que ele está ocupando enfrentaria.
A Copa da deselegância
A Copa do Mundo de 2010 coleciona exemplos de técnicos pressionados perdendo a cabeça. A coletiva do eslovaco Vladimir Weiss – depois da derrota de 2 a 0 para o Paraguai, pela segunda rodada do Mundial, no dia 20 – durou apenas 40 segundos. “Os adversários foram melhores, o que é a resposta óbvia", foi a explicação para a derrota e única resposta do treinador, além de uma ameaça feita a um jornalista eslovaco. No dia seguinte, Weiss faltou a coletiva, por “não aceitar a maneira de tratamento da imprensa”. No dia 24, foi a público pedir desculpas:
– Peço que vocês me desculpem pelo que aconteceu no nosso relacionamento até agora. Eu faço futebol para quem gosta de futebol. Só que alguns de vocês (jornalistas) querem trazer tristeza para o nosso ambiente – afirmou.   
O técnico francês Raymond Domenech, depois da derrota para a África do Sul por 2 a 1, que confirmava a humilhante eliminação na primeira fase do Mundial, deixou de cumprimentar o treinador adversário, Carlos Alberto Parreira. Domenech deixou o brasileiro de mão estendida, num desfecho vergonhoso para a participação da França da Copa – com duas derrotas, um empate e incontáveis problemas de relacionamentos entre os jogadores e a comissão técnica.
– O fair play (a gentileza) não está sendo uma coisa muito presente nos técnicos nessa Copa – que são de fato muito pressionados. Deve ser complicado você ficar com 500, 600 jornalistas no seu pé o tempo inteiro – opina Everardo.

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quarta-feira, 2 de junho de 2010

III Seminário de Comunicação e esporte - PUC-Rio

Palestra sobre Publicidade e Marketing no Evento Esportivo






A PUC-Rio realizou o III Seminário de Comunicação e Esporte: a construção do Evento Esportivo, nos dias 1° e 02 de Junho. O segundo dia do evento teve como tema "O papel da Publicidae/Marketing na construção do Evento Esportivo". Os palestrantes convidados foram Rômulo Maia e Pedro Sampaio, estudantes de Publicidade da PUC-Rio, Édison Gastaldo, publicitário, antropólogo e professor adjunto no Departamento de Letras e Ciências Sociais da UFRRJ, e Gustavo Ferro, gerente Setorial de Publicidade e Promoções da Petrobrás.      

Os estudantes de Publicidade da PUC-Rio, Rômulo Maia e Pedro Sampaio, iniciaram o seminário. Rômulo ressaltou os aspectos do evento esportivo, como a identificação do consumidor com os atletas e  a singularidade de cada partida. "Nehum evento esportivo é igual ao outro", disse o estudante.

Pedro falou das formas que a publicidade explora esses eventos. Segundo ele, existem dois objetivos no patrocínio de eventos espotivos: agregar valor à marca ou obter visibilidade dos consumidores.
O seminário é organizado pelo professor Luiz Francisco Leo do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio.


Para assistir?

Parte I - http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/Videoteca/Ciencias-Sociais/Comunicacao/Esporte-na-Midia-I-6937.html#.VPTE7XzF98E

Parte II - http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/Videoteca/Ciencias-Sociais/Comunicacao/Esporte-na-Midia-II-6936.html#.VPTE3XzF98E

Parte III - http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/Videoteca/Ciencias-Sociais/Comunicacao/Esporte-na-Midia-III-6938.html#.VPTEz3zF98E

Parte IV - http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/Videoteca/Ciencias-Sociais/Comunicacao/Esporte-na-Midia-VI-6950.html#.VPTDq3zF98E

Parte V - http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/Videoteca/Ciencias-Sociais/Comunicacao/Esporte-na-Midia-V-6949.html#.VPTEb3zF98E



quinta-feira, 11 de março de 2010

Rio 2016: o dever de casa para consumar o sonho


Bruna Santamarina, Carolina Frossard, Luigi Ferrarese e Yasmim Rosa - Do Portal
11/03/2010



Divulgação
– Temos um clima tropical. Devemos construir estruturas sustentáveis. Temos que pensar em pontos como direção do sol, arejamento, umidade. Devemos procurar tecnologias não convencionais e mudar a linha de pesquisas. Construímos nos baseando em materiais dos Estados Unidos e da Europa.
Um dos maiores desafios apontados por especialistas é a melhoria da infraestrutura. O sistema de transportes está entre as prioridades. Para torná-lo mais eficiente, não basta aumentar a malha rodoviária:
– Deve haver a expansão do metrô e a ligação da AP3 (que inclui áreas como Bonsucesso e Penha) ao resto da cidade. Pelo menos trazer melhorias nas condições de transporte para 40% da população. É preciso, portanto, mudar o eixo do transporte rodoviário para o de trilhos – afirma o economista Luis Martins de Mello, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Ele ressalta que a festa pela escolha deve ser acompanhada de um trabalho sério para corresponder à responsabilidade de acolher uma Olimpíada: 
– Temos a ideia mágica de que ganhamos e está tudo ótimo. Não é bem assim. É o início de um longo trabalho.
Lucas Landau
 Lucas Landau

A estrutura receptiva aos turistas também precisa ser ampliada. O ponto foi um dos que envolveram mais questionamentos do Comitê Olímpico Internacional (COI). O professor Eduardo Vilela, da Universidade Federal Fluminense, considera a oferta atual da cidade não apenas insuficiente, mas também de um baixo nível de qualidade:
– É preciso investir muito nessa área. O que pode ajudar é a vinda de transatlânticos para a cidade, o que gera mais turistas, e, o mais importante, não ocupa os quartos dos hotéis. Mas, para isso, o porto precisa ser modernizado. O projeto da rede hoteleira pode ser resolvido com investimento privado e a ampliação de créditos, principalmente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A experiência das últimas edições de Jogos Olímpicos mostra que o nível de exigência é mais alto do que em outras competições esportivas. Sidney Garambone, editor executivo do Esporte Espetacular, cobriu a edição de Pequim, no ano passado, e ressalta a necessidade de se ter um plano de ação detalhado:
– Não é como assistir a um Fla-Flu no Maracanã. Tudo é muito bem feito. Na China, havia um sistema para se chegar ao local de competição, o lugar era reservado. É realmente coisa de primeiro mundo. Os Jogos Pan-Americanos são café-com-leite em comparação às Olimpíadas.
Sediar os Jogos Olímpicos abre perspectivas para um aporte de investimentos. O orçamento prevê o gasto de US$ 14,4 bilhões. A verba é mais do que o dobro da projetada por Tóquio e Madri. A candidatura de Chicago era a mais barata: US$ 4,8 bilhões.
O orçamento final para os Jogos Pan-Americanos, realizados no Rio de Janeiro em 2007, foi cerca de dez vezes maior do que o projetado. Luis Martins de Mello credita esse aumento a uma aposta em grande afluxo de capital privado, o que não se confirmou. Para as Olimpíadas, ele espera um final diferente:
– O erro não foi repetido. O orçamento desta vez leva em consideração um maior investimento público.
Uma das principais justificativas para a candidatura aos Jogos são os benefícios em infraestrutura pública e esportiva. Eduardo Vilela alerta para a necessidade de que o legado seja maior que o do Pan 2007. O planejamento não deve se centrar apenas na realização das competições.
– O pós-Olimpíadas também precisa ser pensado com relação à estruturação da cidade. Não adianta construir grandes espaços, que depois não serão usados em prol da sociedade. O país precisa de mais esportistas, não só jogadores de futebol – acredita.
Para a realização da Rio 2016, a cidade precisa investir na construção de instalações olímpicas. Segundo relatório do COI, das 34 estruturas que compõem o projeto brasileiro, apenas 18 já estão prontas para receber um evento dessa grandiosidade. Oito espaços precisam de reformas. Outros dezesseis serão construídos especialmente para abrigar a competição, sendo sete temporários.
As praças esportivas dos Jogos Pan-Americanos não foram preparadas para uma posterior campanha olímpica. O parque aquático Maria Lenk, por exemplo, construído para a competição de 2007, não tem dimensões adequadas para ser utilizado em 2016.
– Não houve legado do Pan. O controle da maior parte das estruturas passou para a iniciativa privada. As outras estão subutilizadas – critica Garambone.
Algo que pode atrapalhar o planejamento para os Jogos Olímpicos é a proximidade com a Copa do Mundo, que será realizada no Brasil em 2014. O professor Luiz Francisco Leo, do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, tem ressalvas à atuação em duas frentes:
– A concomitância de dois eventos de grande porte atrapalha a alocação de recursos. São duas grandes marcas sobrepostas em um curto espaço de tempo e isso pode causar dificuldades logísticas. O ideal é que haja sinergia e que os dois eventos compartilhem parceiros, mas não sei se é isso que vai acontecer.
A edição dos Jogos Olímpicos de 2016 caracteriza-se pela proposta de amenizar o impacto ambiental. O slogan “Jogos verdes para um planeta azul” é ponto de partida para uma série de medidas. O projeto carioca prevê a recuperação do sistema lagunar da Barra da Tijuca e da Baía de Guanabara e a neutralização das emissões de carbono pelo plantio de 24 milhões de árvores, sendo 3 milhões só na Floresta da Tijuca. O plano de gestão de sustentabilidade prevê, ainda, a utilização ampla de fontes de energia renovável.
– Tempo e recurso existem, mas dependemos da seriedade do Comitê Olímpico. A sociedade também precisa mostrar que está atenta, que vai fiscalizar as obras de perto. Caso contrário, haverá corrupção. Temos exemplos do Pan e da Cidade da Música. As pessoas ficam inertes quando escândalos vêm à tona – aponta Fernando Walcacer, professor de Direito Ambiental e vice-diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA) da PUC-Rio.
Luis Martins de Mello também demonstra preocupação com os gastos públicos e o respeito ao plano de metas imposto pelo COI. Segundo ele, cabe ao povo brasileiro exigir transparência:
– A sociedade civil deve fazer pressão para que o governo cumpra o projeto em prazo e orçamentos inicialmente estipulados.
São muitos os desafios, e de grandes proporções. A sete anos da primeira edição olímpica na América do Sul, o Brasil tem tempo para determinar que legado restará dos Jogos.
– Nossa maior preocupação agora deve ser escolher se vamos entrar para a história e olhar para trás com orgulho ou perder as prioridades sociais e passar vergonha – define Garambone.