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ONLINE | NEGÓCIOS | 05.JUL.13 - 17:05 | Atualizado em 07.07 - 16:40
E se Anderson Silva perder a luta?
O brasileiro disputa título e coloca sua aura de "imbatível" à prova contra lutador americano invicto. Se for derrotado, ele pode perder bem mais que o cinturão.
Por André JANKAVSKI
Neste sábado (6/7), em Las Vegas, Anderson Silva entrará no octógono contra o americano Chris Weidman para defender o cinturão de campeão dos médios do Ultimate Fighting Championship (UFC) pela décima vez. Sem ser derrotado desde 2006 e com uma sequência impressionante de 17 vitórias consecutivas, o brasileiro de 38 anos enfrentará um lutador quase dez anos mais jovem e invicto, apesar de possuir apenas nove lutas no MMA (Artes Marciais Mistas) profissional. Protagonista em diversas propagandas e destaque em programas de televisão e reportagens, o que pode acontecer com a carreira de Anderson se ele for derrotado?
Anderson Silva vai enfrentar um lutador quase dez anos mais jovem
Ao observar a carreira dos dois atletas, fica difícil imaginar que o brasileiro venha a perder, mas Dana White, presidente da organização, vem espalhando que a situação será bem diferente do esperado. “Todos os profissionais com quem eu falei e que nós entrevistamos acreditam na vitória de Weidman”, disse em coletiva de imprensa após o UFC 161, que aconteceu no dia 16 de junho. A ameaça pode ser apenas marketing, porém, aumentou a expectativa em torno do combate e deixou as bolsas de apostas não muito otimistas. Segundo o site MMAOddsBreakers, especialista em apostas esportivas, quem apostar US$ 100 na vitória de Weidman, embolsará US$ 205, quantia bem inferior a oferecida na luta com Stephan Bonnar, o último adversário do brasileiro. Na época, a cada US$ 100 apostados, teriam sido pagos US$ 1,3 mil se Bonnar tivesse saído vencedor.
Em recente levantamento da Nielsen Sport, empresa especializada em pesquisas relacionadas ao esporte, Anderson Silva aparece como o quinto atleta mais admirado do Brasil, atrás apenas das estrelas futebolísticas Neymar, Pelé e os dois Ronaldos. Um revés, no entanto, pode alterar essa percepção. "Como todo e qualquer atleta, Anderson também está atrelado aos resultados. Uma eventual derrota pode trazer um impacto negativo na sua imagem", afirma Otávio Carvalho, analista de mercado da Nielsen.
Patrocinado por oito marcas, entre elas Budweiser, Vivo e Nike, Anderson é garoto-propaganda de todas elas e possui grande apelo no mercado publicitário. “Além de imbatível, ele passa uma imagem de respeito, caráter e disciplina. Perdendo, acabará a aura de invencível, mas não significa que ele virará um fracasso comercialmente”, diz Luiz Léo, professor de marketing esportivo da PUC-Rio. Mesmo com contratos mais longos, perder o cinturão após sete anos pode prejudicar outras negociações. “Creio que nenhuma empresa patrocinadora deixaria de apoiá-lo, mas sem dúvida a conversa com novas interessadas e os valores se modificariam”, afirma.
Campeão de audiência
O crescimento do MMA no País é notável. Atualmente, de acordo com a Nielsen Sport, é o terceiro esporte mais visto na televisão pelos brasileiros, atrás apenas do futebol e vôlei. A queda do representante “imbatível” pode trazer alguns problemas para a luta, como o que ocorreu com o tênis após o declínio e aposentadoria de Gustavo Kuerten, ex-número um do ranking mundial . "O tênis já foi uma das preferências dos brasileiros, mas hoje está apenas na 11ª posição em audiência esportiva na televisão. De 2008, ano em que o Guga se aposentou, para cá, já perdeu quatro posições”, diz Carvalho. “Com o MMA acredito que será diferente, pois, além do Anderson, já existem outros destaques no País”.
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