sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Mercado do esporte em debate na Universidade

 Por: Natália Oliveira.

A III Semana de Marketing Esportivo ocorre na terça, 24, e na quinta- feira, 26, das 9h30 às 12h30, na sala 102-K. Promovido pelos alunos da disciplina de Marketing Esportivo, do Departamento de Comunicação Social, o encontro será composto por painéis sobre esporte como plataforma de interesses comerciais e os desafios da promoção do esporte como negócio. O professor da disciplina Luiz Léo e a aluna Camila Lassance, uma das colaboradoras para o projeto, dão detalhes da programação.

 

 Professor Luiz Léo e Camila Lassance. Foto: Isabella Lacerda
Professor Luiz Léo e Camila Lassance. Foto: Isabella Lacerda

Qual é objetivo da III Semana de Marketing Esportivo?

Luiz Léo: A semana é uma espécie de laboratório de exercício para os alunos coordenado por mim. Eu os divido em três áreas: produção, comunicação e comercial, com o objetivo de trazer profissionais de esporte para dentro da Universidade e compartilhar informações. Além disso, quero possibilitar para eles uma experiência de mercado, ou seja, como lidar com profissionais para entregar um produto final. Nesse caso, o produto é montar um painel esportivo ainda não explorado pela mídia e de interesse de alguém interessado em esporte dentro da PUC-Rio.

 

Como será a programação da semana?

Léo: A programação desta edição está diferente e mais compacta. Serão apenas dois painéis de discussão com profissionais de fora. No dia 24, vamos ouvir executivos de agências de marketing esportivo, mediado pela repórter Monique Cardone, do SporTV, para entender os desafios de gerar recursos para dentro do universo esportivo. Já no dia 26, mediado pelo comentarista Getúlio Vargas, do Esporte Interativo, vamos trazer personalidades do esporte, como os jogadores de basquete Carlos Monteiro e Ricardo Trade, e de rugby Agustin Danza, para saber como usam o marketing para se beneficiarem dentro do cenário esportivo.

Camila Lassance: Em cada dia teremos convidados e mediadores, pela primeira vez jornalistas e não professores, inseridos no mercado esportivo. Apesar de ser um painel voltado para o mercado, a intenção é fazer um debate informal para que os alunos se sintam à vontade para trocar informações com os profissionais.

 

A quem o encontro é destinado?

Léo: Os convidados falarão das próprias noções de marketing, e a proposta é trocar informações. O encontro é para quem é entusiasmado por esporte, como alunos, profissionais em início de carreira e interessados na temática esportiva. 

 

Qual é o papel dos alunos na realização do encontro?

Camila: O professor deixa bem claro que é algo feito pelos alunos e para os alunos. Para mim, é colocar em prática o que aprendemos durante as aulas e adquirir mais conhecimento.

Léo: Eu coloco os alunos para divulgarem o encontro dentro das redes sociais, como Facebook e Instagram, porque marketing é ligado à mídia. Auxilio os alunos a recepcionar e negociar com um profissional por e-mail ou pessoalmente e como fazer a infraestrutura do debate, por exemplo, verificar qual é o melhor espaço físico.

 

Como o encontro pode aproximar a Universidade com o mercado?

Camila: Eu sentia falta de estar em contato com o mercado, sempre gostei de me envolver nas atividades dentro da Universidade, e a disciplina Marketing Esportivo fez com que eu entrasse em contato com profissionais. Eu consegui fazer uma parceria financeira com uma rede de academias a partir de uma amiga que trabalha na direção de arte. Pedi o contato da área de marketing e eles se interessaram pelo projeto. O professor Luiz Léo me auxiliou no contato com os profissionais e é algo que vou levar para a minha vida profissional.

Publicada em: 20/10/2017Ver matérias da seção: Entrevista

http://pucurgente.vrc.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=13263&sid=9

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Jô "Il mano dos loucos"


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O episódio esportivo do final de semana tupiniquim, Jô “Il mano dos loucos”, deveria levar a uma reflexão sobre o Brasil. O ato ilícito, condenável e vergonhoso do atleta corintiano revela muito do que somos como sociedade. No magro placar da peleja, caberia uma Alemanha inteira de vergonha. Só é bom lembrar que o jogo sujo, na relva, não nasceu pelas mãos de Jô. Somos rápidos em esquecer os fatos, mas a realidade é que os ex dirigentes da entidade que comanda o futebol brazuca continuam presos ou procurados por aí, enquanto seus sucessores não arriscam sequer uma ponte aérea.

São personagens “menores”, de um enredo nebuloso, que envolve corrupção, nepotismo, apropriação indébita, falcatrua, numa lista interminável de crimes que avança como bola de “neve” (embora a “pasta branca” também faça parte do rol dos investigados). Na marca do cal, a elite dirigencial brasileira – entre agentes públicos e privados. Em todos os níveis somam-se escândalos e denúncias envolvendo o uso arbitrário do poder para a obtenção de vantagens indevidas. E, neste jogo, ninguém xinga os juízes. Aliás, alguns dos togados são até vistos como heróis! De verde amarelo.

Bons tempos aqueles em que os ídolos calçavam chuteiras – e não faziam beicinho quando eram contrariados. Hoje, quem joga com a dez é o Messias (quiça, "agora vai!", do Juízo Final) – que por não fazer chover gols, se arranja com as promessas dos caminhos das Minas para o mar. Legítimo cabeça de bagre no jogo de corpo (e do espírito) é craque na catimba e na malandragem a serviço da ignorância alheia. A única tática que entende, "jogador ruim", é o ódio e a violência. E, pernas de pau, estão sempre prontos para pular o alambrado e resolver tudo na mão – olha ela aí!

João Alves de Assis Silva, o nome do “mão boba” da vez é só mais um dentre nós, que julgamos ser possível, na mão grande, levar uma vantagenzinha qualquer – quem nunca ? Da furada de fila, ao estacionamento em vaga proibida, à ocupação do assento preferencial nos transportes públicos, vamos deixando nossas impressões digitais por aí. Dado ser implausível a transmissão de tais pequenos delitos em cadeia nacional, seguimos em frente, espinha ereta, coração tranquilo e a mente delinquente, sem um pingo de arrependimento, as faces bronzeadas trabalhadas no óleo de peroba.

Em um país que passou a viver um escândalo por dia ficamos indignados mesmo é com o jogador pé de chinelo que “maradonou”, sem esconder o sorriso alvo dos dentes. Vergonha com esconderijos abarrotados de dinheiro vivo, nenhuma. Constrangimento com presidentes acusados formalmente de roubo, nem pensar. Senador que manda matar, também se tolera – é só o primo, né ? “La famiglia il tutti buona gente”. E de 7x1 em 7x1 segue la pelota. O 1x0 mirrado, sofrido e roubado, de domingo, na Arena de Itaquera é a síndrome da nossa quinta divisão pátria. Com direito a pentacampeonato...

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

É o dinheiro, estúpido !

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Quanto vale um jogador de futebol ? Se o boleiro em questão for o Neymar, a resposta é exatos 220 milhões de euros (ou mais, dependendo da idoneidade dos envolvidos na transação). Esta cifra equivaleria mais ou menos o mesmo que o antigo dito popular: “o céu é o limite”. Mas, para os donos dos petrodólares que desembolsaram a cifra, “dinheiro pouco é bobagem”. La pelota que se siga. E dane-se o bom senso (ou o Fair Play financeiro da dona UEFA, se preferirem).

Nada tenho a ver com a vida, as escolhas privadas e muito menos com os destinos futebolísticos do, agora, ex-craque do Barça. Na Real, prefiro o Madrid. E nem o fato de simpatizar pouco com o estilo meio brega, quase sempre forçado, do enjeitado Menino da Vila embota a minha avaliação do seu futebol – que é de gente grande. Só não bato muito é com Santo da cria de Santos. Em termos de idolatria, fico com os grandes do passado, com menos dinheiro no bolso e mais integridade na alma.

Mas, a reflexão aqui tem outros personagens. Afinal, jogador mercenário virou regra. Ou atire a primeira bola quem não gostaria de estar no lugar do camisa onze da vez. O dinheiro é o que verdadeiramente comanda a lógica do consumo esportivo. Paixão é para os trouxas – que, invariavelmente, são os que se fantasiam com os produtos vendidos a preços extorsivos nas lojas oficiais dos clubes, compram os (cada vez mais caros) ingressos dos jogos, assinam os canais e pacotes de transmissão fechados (pagando duas vezes pelo mesmo serviço, capisce?) e outras tantas excentricidades do sport business de ocasião.

Nas lições ensinadas pelo velho Marx, só o Capital é o que importa – dinheiro reproduzindo dinheiro, sem qualquer sentido prático, lastro material ou propósito em si – o que na linha de raciocínio de Oscar Wilde nos levou à dura encruzilhada de “saber o preço de tudo, mas o valor de nada”. Uma tosca razão do “ter” sepultando completamente os sentidos do “ser”. É, aliás, um francês (e não o PSG) quem nos dá o tom destes tempos sombrios, com sua noção de “sociedade do espetáculo”: Guy Débord, cuja crítica à vida de contemplação e consumo passivo das imagens, reproduzidas à exaustão, traduziria aquilo em que nos transformamos, hoje, enquanto sujeitos.

Acomodados, insensíveis, simplesmente acompanhamos a bola rolar e o mundo girar em meio a uma era que Ladislau Dowbor define como a do “capitalismo improdutivo” – em que menos de dez famílias lideradas por homens brancos concentram uma riqueza proporcional a de quase metade dos habitantes do planeta. Era de incomensurável devastação ambiental, extrema corrupção financeira e polarizações ideológicas crescentes. Mas, a bola continua a rodar, porque, afinal, “the show must go on”. A FIFA com seus digníssimos mandatários, asseclas e patrocinadores, que o diga.

E isso nos traz, de volta, ao que interessa. O episódio Neymar começa com um ilustre e endinheirado sheik de turbante, que “invade” o mundo do futebol e conquista Paris. Poderia ser roteiro dos Vikings, mas é uma história das Arábias. Na capital francesa compra um clube e todos os reforços que a conta bancária permite alcançar – e, aqui, devemos lembrar a frase do início: para os petrodólares, “o céu é o limite”. Do mesmo centro da Europa, comanda uma mega operação financeira que termina na aquisição do direito de sediar uma edição de Copa do Mundo no longuínquo, quente e insignificante (futebolisticamente falando) Qatar. Insinuações de suborno à parte, um tremendo mico.

A cereja desse bolo de areias desérticas e escaldantes é o intrépido, ousado e humilde Júnior – vulgo Ney, só para os parças. A nova mudança de ares lhe trará muito mais dinheiro do que as suas futuras gerações serão capazes de gastar. Dinheiro. Sempre o dinheiro. Do primeiro ao último lugar. De Santos para Barcelona. De Barcelona para Paris. Parece pouco para um universo esportivo, em que as transferências ocorrem com a mesma velocidade com que as empresas de material esportivo trocam de uniformes de clubes – a cada meia temporada. Mas, não se deixe iludir pela pouca rotatividade da jovem celebridade do escrete canarinho: NJR estará sempre onde houver o aceno de mais dinheiro que lhe possam pagar. Esta é uma marca que nem os seus gols conseguirão apagar.

Carma espiritual ou puro interesse material ? Egoísmo ? Ingratidão ? Tanto faz, play ! Que se danem os escrúpulos, porque, até para isso, o credo do (neo)liberalismo tem a resposta: é a economia, estúpido ! Esforce-se que serás recompensado. Só os fortes sobrevivem. No amor e na guerra vale tudo. É a livre iniciativa, irmão ! Amém ? Bem, os invejosos irão dizer que o meu texto está carregado de frases feitas, pensamentos retrógrados e pura dor de cotovelo. Mas, vou logo dizendo: se não queres comprar as minhas ideias, não atrapalhes o meu desabafo, tá ? ; )

quinta-feira, 27 de julho de 2017



Lamentavelmente a sua hora vai chegar

Está cada dia mais difícil defender o Zé. E olha que sou da trupe da resistência. Dos que não envergam fácil com as burras unanimidades das redes sociais – a propósito, me pergunto o que estaria escrevendo o velho Nelson, diante da profusão de nonsense da vida online.

Noves fora as unanimidades, minha premissa é a de sempre: valem mais os ideais do que a lógica. Romântico, ainda me deixo seduzir por um clássico aforismo gaveano: “craque a gente faz em casa”. O Zé é cria de lá ! Se formou dentro das quadras rubro-negras, como treinador de futsal. Evoluiu na carreira aos poucos, conquistando seu espaço com inteligência e serenidade.

E como qualquer jovem talento, oscila. É natural. Erros fazem parte do aprendizado, embora a profissão escolhida não permita os excessos. Existem sempre os 190 milhões de concorrentes para dar pixotada na escalação alheia, na tática adotada, nas substituições equivocadas.

Ser professor no Brasil não é moleza ! Dentro ou fora de campo J. É mais fácil matar um leão de juba grande por dia. E num clube como o Flamengo a potencia dos desacertos é multiplicada pelo número de estrelas do céu. A passagem para o inferno vai num pulo.

Desde que substituiu o “sabe-tudo” Murici Ramalho, o treinador do Flamengo vem entregando bons resultados. Na temporada 2016 classificou um elenco desacreditado para a Libertadores. E, mais importante do que a classificação, proporcionou uma enorme evolução à equipe, que chegou a lutar pela conquista do título nacional. Cheirou e não levou. Mas, foi por pouco.

O bom trabalho gerou expectativas para a atual temporada. O clube deu um ótimo respaldo à turma do gramado, com uma governança equilibrada e metas administrativas alinhadas a uma projeção otimista de resultados técnicos dentro do campo. Trabalho planejado desde o início da temporada, montagem de elenco, contratações aos baldes (algumas de oportunidade, cujo timing e efetividade são discutíveis). Tinha tudo para funcionar.

E funcionou ! Pela segunda temporada seguida o Flamengo está na parte de cima da tabela da principal competição nacional. Foi campeão estadual. Está na semifinal da Copa do Brasil. Não é pouca coisa. Em números são 47 jogos oficiais, com 27 vitórias, 14 empates e 06 derrotas, com 88 gols marcados e 39 sofridos. Aproveitamento próximo aos 60%. Melhor do que a maioria dos medalhões que figuraram na Gávea, nos últimos anos.

Mas, a eliminação na Libertadores ainda assombra os mais incautos. Mesmo que tenha sido a primeira vez do treinador, entra na sua conta a frustração por uma sequencia constrangedora de eliminações nas primeiras fases da competição continental. Desde lá, as perseguições se intensificaram. As cobranças ganharam contornos de histeria. Da torcida, por funcionar no termômetro da paixão – que é péssima conselheira. Da crônica, por se considerar mais sabida que os que calçam as chuteiras e vivem a dura rotina dos gramados. Do conforto de uma poltrona ou da segurança de um estúdio (e/ou redação) todos tem a receita fácil do sucesso.

É uma pressão incompreensível e contraprodutiva. Trabalha contra o próprio patrimônio. Não bastassem os constantes reclames dos injustiçados, fundadas na estapafúrdia teoria do apito amigo, os próprios rubro-negros geram uma atmosfera de constrangimento que só atrapalha. Tira o equilíbrio de quem mais necessita de tranquilidade para desempenhar com competência seu papel: técnico e jogadores. No climão de fora todo mundo, nem o Vaz se acerta (como se isso fosse possível)...

O jogo contra o Santos é um claro reflexo da atmosfera pesada que paira sobre a Gávea. Escalação equivocada, atuações abaixo da crítica e o fantasma que reaparece a cada decisão. O Flamengo involui e isso é óbvio. Como óbvia também deveria ser a constatação que as pressões excessivas só atrapalham, contribuindo, mais do que tudo, para os retrocessos.

Não fosse um país que vive o futebol com o ardor que deveria dedicar à política – muito mais relevante, aliás –, estaríamos seguros que, apesar das naturais adversidades, a nau está no destino certo. A tripulação é talentosa e o comandante sabe onde quer – e pode – chegar. A histeria coletiva acabará promovendo uma lamentável insubordinação a bordo, que levará à degola daquele que, houvesse paciência e bom senso, poderia se tornar um técnico de futuro.

Mas, apesar da resistência admirável dos seus atuais mandatários, tudo indica que o Flamengo retomará a velha sina de desvalorizar a quem formou e prestigiar os que se dizem rubro-negros de ocasião – de olho numa boa oportunidade de mercado. Um passo para trás dentro dos gramados, em completo desalinho com os acertos na administração da entidade. Tomara que, não apenas o Zé esteja errado de tudo – e de todos – desta vez.

domingo, 9 de julho de 2017

Muito aquém do futebol

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Foto: O Globo

Se alguém me perguntasse quem venceu o último clássico dos milhões, disputado em São Januário, numa fria noite de sábado, eu diria, sem pestanejar: o ódio. E de goleada.

O que era para ser apenas mais um jogo, terminou muito mal. Flamengo e Vasco (que, fosse qualquer país sério, teria tido como palco o Maracanã), nunca é um jogo qualquer. Há sempre algo a mais no ar. Envolve uma rivalidade maior do que qualquer competição em si.

E o clássico da vez tinha hora e lugar (sobretudo lugar) para dar errado. Não se trata de apostolar sobre a catástrofe, quando já acontecida. É um simples exercício de lógica.

Com Maracanã inviabilizado pela incompetência pública, São Januário foi reformado para sediar os jogos do Vasco da Gama como mandante. É justo e compreensível que seus dirigentes decidam usar o equipamento para recuperar os investimentos e assegurar boa performance técnica à equipe, que treina e se sente a vontade jogando em seus domínios.

Porém, um clássico é um clássico. E como, dito antes, não é um clássico qualquer. Envolve as torcidas com a maior animosidade por metro quadrado da cidade. Uma cidade já combalida por crises em todos os seus setores, com governantes presos, delinquência nas ruas e situação econômica pré-falimentar (acerca da qual, o Maracanã é uma das muitas e trágicas evidências). Um jogo dentro de uma cidade que vive à sombra de um desastre. E, neste clima, a partida foi marcada para um local, cuja logística é sabidamente preocupante.

Fosse qualquer jogo, este seria um mero detalhe. Mas, aquele envolvia um Vasco da Gama em dificuldades no campeonato nacional, após o retorno de (mais) um rebaixamento. Uma equipe cujos números na classificação não enganam nem os mais fanáticos torcedores. E que só não está em situação pior, por conta dos resultados que tem conseguido dentro de casa.

Do outro lado, o maior rival. Um time em franca ascensão, após um início titubeante. E por trás deste time, uma torcida gigantesca, mordida pelos últimos insucessos, em série, para o principal adversário. O terceiro contra o sexto, se os números da classificação fossem críveis.

A partida em si tornou-se o de menos. As cenas de batalha campal ocuparam todas as atenções de quem estava acompanhando a transmissão –e de quem tomou conhecimento da guerra, na velocidade das redes sociais. Mal soou o apito decretando o final da disputa, as arquibancadas ocupadas por 95% de vascaínos ganharam ares de trincheiras, com os “soldados” da vez atirando suas bombas, rojões e tudo o mais que encontrassem pela frente.

O que causou a deflagração ? Insatisfação com o resultado (o Flamengo venceu por magro e suado 1 x 0) ? Erros da arbitragem (péssima, como sempre e sempre) ? Provocações dos rivais (em infinito menor número e completamente acuados no curral a eles reservado) ?

Nos próximos dias, o noticiário policial irá trazer respostas. Espera-se que a polícia, afinal, consiga fazer o seu papel. Ou não. Para o “tranquilo” presidente vascaíno, a culpa é “deles” (dos outros). Erro de revista da PM, que "deixou entrar" verdadeiro arsenal no estádio. No estilo Eurico, barba mal feita, ranho escorrendo pelo nariz: “a culpa é da política”!

Ah, a política. Pelo menos nessa, o ex-deputado meteu um golaço. Tirou o corpo fora (como sempre), mas jogou a bomba (a derradeira ?), no colo de quem, de fato, merece cada cartão vermelho que lhes couber aplicar. As tensões acumuladas na cidade e no país, não são um mero detalhe. O que se vê na atualidade é de assustar selvagens. Menos aqueles que vestiam a cruz de malta na noite de sábado. Para eles, a Cruzada será sempre na próxima Colina.

E o ódio venceu. Mais uma vez...

LL